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#SXSW2023: DIAS 6, 7 E DESPEDIDA!

O SXSW como sempre, não decepciona. Só sai de lá como chegou, quem não prestou atenção. 

Do que eu consegui ver, porque realmente é muita coisa para escolher, viver e assimilar, tentei deixar uma pequena contribuição, para que talvez possa ser proveitoso, como ponto de partida para mergulhos mais profundos em assuntos que possa causar interesse. 

Os palestrantes principais são relevantes sim, mas já são conhecidos, as grandes surpresas ficam por conta dos assuntos emergentes que surgem nos arredores. A vasta programação trás escondida nos auditórios mais distantes e pequenos as maiores curiosidades e inspirações, pelo menos para mim. 

Desde que comecei a frequentar o festival vi que essa era a minha trilha, descobrir coisas realmente novas, assuntos sobre os quais nunca me aprofundei ou mesmo desconhecidos. Quanto mais estranho, melhor!

Meu foco é sempre estar inteira para absorver o conteúdo.  As ativações das marcas, festas e afins, vou quando sobra tempo e disposição, sem estresse. 

Ir ao SXSW é mais ou menos como quando uma criança vai a uma papelaria – canetinhas, papéis, adesivos coloridos – a mão compra coisas lindas, mas que só vão fazer sentido se a criança usar e abusar sem limitações. 

Só uma coisa que senti é que Austin já não está tão weird como era antes. Senti um pouco de falta da originalidade da cidade, o que a fazia diferente. Está sendo gentrificada pelo crescimento dos últimos anos. Espero que isso não tire a originalidade do festival. 

Agora que voltei, o objetivo é usar essas tantas referências e perspectivas para criar coisas novas para minha vida e de outras pessoas e para os projetos dos meus clientes tentando, de alguma forma, fazer alguma diferença nesse mundo que precisa tanto de mentes, corações e principalmente mãos na massa para solução de tantos problemas. 

No post de hoje, o resumo do que vi nos últimos dias de palestra. 

TECNOLOGIA É UMA FORÇA PARA O BEM

Teresa Barreira, Reva Bhatia e James Kessler (Publicis Sapient)

O painel defende a tecnologia como uma força para o bem. Que a transformação digital é sobre pessoas e para a transformação social.

Quanto mais digital nos tornamos mais humano precisamos ser. O foco deve ser sempre a diferença positiva que será feita na vida das pessoas.

Contaram cases interessantes do setor público de resolução de problemas sociais, tais como, fila na imigração, moradia e educação com uso de tecnologia e sempre com o processo de ouvir as pessoas, pois às vezes a solução pode ser mais simples do que parece. 

Deram exemplo de uma prefeitura que gostava um valor muito alto com um sistema para controlar a concessão de moradias e com o processo de se conhecer o problema ouvindo as pessoas passaram a usar GoogleSheets para resolver a questão. 

QUANTUM-AI – PORQUE SEU FUTURO DEPENDE DA COMPUTAÇÃO QUANTICA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Whurley, fundador da Strangeworks, já criou duas outras startups que foram vendidas, uma para Goldman Sachs e outra para Accenture.

A Strangeworks foi criada para popularizar a computação quântica e torná-la acessível. 

A quântica é uma forma completamente nova de computação, “dividimos átomos para criar destruição, para criação de armas nucleares e agora estamos dividindo para criar essa nova forma de computação”. Ela vem de vários formatos de qubits supercondutores, onde você pega um elétron e o esfria ou suspende com lasers. Por que isso é tão poderoso? Porque se eu tiver 4 bits de 16 resultados, será um de cada vez, na quântica se eu tiver 4 qubits, terei todos os 16 resultados ao mesmo tempo. 

A cabeça fritou né? Pois é, esse potencial e mais a inteligência artificial vai mudar tecnologia nos próximos 10 anos, mais do que tudo que já foi feito até agora. 

Quais serão as aplicações dessa tecnologia?

– Decifrar moléculas de tudo que existe através de gêmeos digitais, hoje isso seria impossível devido a capacidade de processamento dos computadores existentes. 

– Descoberta de novos medicamentes.

– Cura para doenças através do entendimento de como funciona o organismo.

– Criptografia. Vai conseguir quebrar criptografias criadas antes dela. Imagina quanto segredo de governos, empresas serão reveladas? 

– Otimização: horários de transporte, rotas, portões, horários de vôos, etc.

– Previsão de tempo.

Falando de IA, existem três tipos: a que temos hoje, IAG – inteligência artificial geral, mais avançada que replicará nosso comportamento. E então a Superinteligência quântica, que seria superior à inteligência humana. 

Tudo isso vai ajudar o ser humano a resolver problemas que ele não consegue, que tem dados tão volumosos que não conseguimos lidar com eles, é como encontrar uma agulha no palheiro, como por exemplo combinar todos os tipos de molécula para criação de um novo remédio de forma rápida. 

E em atividades rotineiras como: assistentes pessoais, tomada de decisão, reconhecimento de imagem, educação, etc.

Os impactos negativos, é óbvio, existem. Quando se trata de uma tecnologia sobre a qual o ser humano pode perder o controle, começando pelo aumento de desemprego (acredita que outros empregos também serão criados pela mesma tecnologia), aumento da desigualdade, disrupção na economia. 

Impactos sociais e econômicos positivos: 

– Controle e responsabilização

– Energia sustentável

– Agricultura e produção

– Finanças

Desafios: preparar profissionais para criar programas e pilotar essas máquinas e educar as crianças, adequadamente, para essa nova realidade.

“Não se preocupem com as máquinas, se preocupem com as pessoas que as estão controlando”.  

Ao final da palestra Whurley revelou que todo o conteúdo da palestra, os slides da apresentação e o folheto impresso que foi entregue aos participantes foi criado por inteligência artificial em algumas horas, ao contrário das 9 semanas que ele levou para criar a apresentação que fez no SXSW em 2018.

Usou o seguinte prompt:

Escreva um resumo de 800 palavras para uma palestra de SXSW para uma sessão chamada “QuantumAI: Porque seu futuro depende da convergência da Computação Quântica & Inteligência Artificial” na qual o palestrante discute os avanços da computação quântica e da inteligência artificial, os desafios que nossa espécie enfrenta e a convergência inevitável que pode levar a uma super inteligência quântica que mudará para sempre nosso mundo.

Uns dias depois, Whurley pediu à IA que usasse o resumo para criar um esboço de como a apresentação poderia ser, como pequenos ajustes a apresentação estava pronta.

#DEATHTOK: COMO A GERAÇÃO Z ESTÁ REIMAGINANDO A MORTE E O LUTO

Rehan Choudhry (Chptr Inc – uma plataforma onde as pessoas se encontram para compartilhar memórias das pessoas que se foram), Julie McFadden (Hospice Nurse Julie – normaliza assuntos relacionados à morte no Instagram e TikTok), Jesse Moss (Experience Campus – acampamento para crianças em luto).

Essa geração está a 2º de separação de alguém que morreu: pandemia, overdoses, tiroteios nas escolas, suicídio e tudo amplificado pelas mídias sociais. Com a #deathtok sendo trend no TikTok constantemente.

Mas as redes sociais também os ajudam a lidar com a perda e se juntarem a comunidades que são criadas em torno do luto. 

A geração Z gosta de falar sobre morte, apesar de terem medo, o que é normal. 

Para lidar com o luto aconselham a usar uma linguagem adequada, pedir que o enlutado conte histórias dos seus entes queridos. O luto não tem prazo, por isso é importante que as pessoas acompanhem as pessoas que passaram por perdas por mais tempo com atitudes concretas, que escutem a pessoa ou que apenas estejam presentes, mesmo que silenciosamente e desconfortavelmente: “Eu nem sei o que dizer, mas estou aqui com você.”

Importante falar sobre o assunto, mas também trazer a pessoa de volta à vida, com prática de esporte e atividades de entretenimento, como é feito no Experience Campus.

A maioria de nós evita falar sobre morte como se isto trouxesse algo ruim, mas é melhor “se preparar para o pior e esperar o melhor”. 

As crianças não querem ser julgadas ou tratadas diferente quando estão em luto, quanto mais conversa mais cura. 

NÃO PERCA SUA VOZ TENTANDO SER OUVIDO

Saida Grundy (Boston University), Munirah Jones (Escritora, produtora de filmes), Dominic Lawson (The Startup Life Podcast) e Enora Moss (Locutora de rádio e influencer) 

Como conseguir criar conteúdo que alcance um grande público sem precisar sacrificar sua alma? Esses criadores negros contaram a dificuldade de conseguirem emplacar seus conteúdos em grandes canais ou streamings sem ter que se encaixarem perfis que esses veículos acreditam ser aceitáveis.

Como todo mundo já sabe, para se criar conexões com o público é necessário ser verdadeiro, e como ser verdadeiro em uma terra do não, principalmente para as pessoas pretas. Esses criadores acreditam que como não tem essas oportunidades é preciso cria-las, pois o sonho americano é da comunidade preta também. 

Os conteúdos de mais sucesso sobre histórias de pessoas negras foram feitos por brancos, não que não tenham boas histórias como por exemplo: A Cor Púrpura de Steven Spielberg, mas chegamos a um ponto em que as pessoas querem ouvir histórias de suas comunidades e se o restante do público quiser consumir, seria ótimo, ainda que improvável. 

Sobre métricas, acreditam que analisar números é importante, mas todos são unânimes em dizer que o mais importante são os engajamentos, as conversas que se criam em torno dos seus conteúdos. 

Hoje existem diversas formas de monetizar seu conteúdo nas redes sociais e se autofinanciar. 

Para manter a originalidade o mais importante é saber dizer não. 

HABITANDO HISTÓRIAS DO FUTURO

Doug Abrams (Escritor), William Vendley (Fetzer Institute), Gordon Wheeler (escritor) e Pamela Ayo Yetunde (Conselheira pastoral).

Somo habitantes de histórias. Os humanos se orientam através de histórias. Famílias, nações e religiões tem histórias distintas que os une, mas que também os mantem afastados.  Somos a única civilização que não tem uma história comum sobre quem somos, o que estamos fazendo aqui e como podemos florescer juntos. 

Colocando toda história a que temos acesso em um ano, atualmente estamos às 23h59min do dia 31/12 e temos a urgência de reconectarmos os caminhos do conhecimento espiritual, intelectual e científico para criação de uma nova história compartilhada. 

Histórias são importantes para entendermos o contexto do mundo. Sem significado, paralisamos. 

As pessoas que não estão satisfeitas com o padrão de mentalidade atual é que terão o poder de construir essa história coletiva. 

É difícil criarmos essa história coletiva porque somos seres empáticos, mas também tribalistas. 

É fundamental que a divisão entre nós e eles seja superada para que uma nova história seja escrita. 

Vivemos em um mundo que nos faz acreditar que precisamos ser concertados. “Devemos olhar além da nossa individualidade e perceber que nossas diferenças são muito menores do que as coisas que nos fazem humanos”. 

DON’T BE A DRAG JUST BE A QUEEN

Gottmilk (Maquiadora, escritora e ativista dos direitos humanos), jaida Essence Hall (Drag Superstar – vencedora da 12 temporada do RuPaul’s Drag Race), Symone (Drag Superstar – vencedora da 13 temporada do RuPaul’s Dra Race) e Kavin Wong (The Trevor Project).

Sobre as leis anti-LGBTQ que tem surgido em todo país e principalmente uma que surgiu no Texas que quer proibir jovens de assistirem shows de drag queens. 

A cultura drag, provavelmente começou com as figurações das peças de Shakespeare, onde homens fantasiados faziam os papéis femininos e mesmo assim foi um longo caminho para que se começasse a aceitá-la.

Falaram da importância de programas como o do RuPaul, que ajudou as drag queens a serem mais aceitas e a se aceitarem. 

Os políticos que estão fazendo essas leis deveriam passar um tempo com pessoas queer para entender que são humanos. 

Contaram suas histórias, suas conquistas e como hoje vivem plenamente sendo que são, apesar de saberem que a realidade de todas a drag queens não famosas não é a mesma. 

Fizeram um chamado para que as pessoas se envolvam e não deixem seus direitos retrocederem ainda há muito a ser conquistado. 

Queer: pessoas que não se identificam com padrões impostos pela sociedade e transitam entre gêneros, sem concordar com rótulos, ou que não saibam definir seus gêneros/orientação sexual.

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