Blog

SXSW 2023 – DIA 5

TELESCÓPIO JAMES WEBB

UMA NOVA ESCOLA DE LÍDERES TRANSFORMANDO O MARKETING DE EXPERIÊNCIA

Conny Braams (Unilever), Jeremi Gorman (Netflix), Tim Mapes (Delta Airlines)

Geralmente acho alguns painéis superficiais, mas esse entregou tudo. 

Os executivos dessas três empresas mostraram como estão navegando nesse novo universo onde físico e digital se convergiram e vão virar um só no metaverso.

As linhas entre marketing e vendas estão borradas e é necessário agir em conjunto para conseguir se antecipar sempre que possível ou reagir sempre que necessário.

A Unilever criou hubs que envolver diversas áreas para conseguir dar essa resposta. 

O executivo da Delta pontuou que hoje 90% dos colaboradores são pessoas de marketing para a empresa, pois através de suas redes sociais conseguem divulgar e alcançar muitas pessoas. 

As empresas devem ser cada vez mais acessíveis para seu público. 

Delta começou a conceder wifi grátis em seus voos internacionais (eu utilizei e funciona muito bem), pois assim consegue continuar a conversa com seus clientes e estreitar o relacionamento pois consegue coletar mais dados sobre eles, tudo com consentimento e oferecer auxílio e retratação, como oferecer uma bebida especial em um voo quando algo deu errado, como extravio de bagagem, atraso, remarcação. 

A Netflix tenta estar o mais próxima possível dos clientes, mas ainda assim se surpreende com a repercussão de séries como Wednesday (Wandinha) e diz que o importante é que cada cliente tenha pelo menos um conteúdo favorito.

A Unilever preza muito pelos 3 bilhões de clientes que consomem seus produtos todos os dias. 

Sobre a mídia retail (mídia no ponto de venda físico e virtual) o moderador, Michael E. Kassan, divulgou que chegará em US$100 bilhões o investimento até 2025, no qual a Unilever pretende investir e inclusive educar os varejistas para melhorar suas opções de mídia. É necessário muito criatividade para trabalhar essas mídias que consegue converter vendas e fortalecer marca, ao mesmo tempo.

Netflix está estudando diversos formatos de propaganda dentro de seu conteúdo além de testes para que as pessoas possam clicar em seus conteúdos e fazer compras.

Michal Kassan trouxe as cinco palavras com T e C (em inglês) que usa em sua empresa para começar qualquer conversa e que deviam priorizar: trust (confiança), transparency (transparência), talent (talento), technology (tecnologia), transformation (transformação), commerce (venda), curation (curadoria), community (comunidade) e creativity (criatividade).

Unilever preza muito por sustentabilidade e procura passar informações sobre isso através de suas redes sociais e influenciadores. As marcas devem evitar superficialidade e tentar aprofundar as conversas com seu público.

Sobre o metaverso, as três marcas estão testando formatos. Unilever fez um trabalho muito bacana com Dove em parceira com Epic Games, chamado Womens in Game (https://musebycl.io/gaming/dove-pushes-diversity-beauty-female-game-characters), onde criou skins especiais para empoderar mulheres que jogam. 

Delta sobre o impacto negativo que a associação com a variante delta da COVID trouxe para a marca, quando uma garotinha chamada Delta postou um vídeo nas redes sociais dizendo que estava muito triste por seu nome estar sendo associado com uma doença e então comentaram na publicação dela, dizendo que adoravam o nome dela e esse comentário viralizou trazendo uma visibilidade positiva para a marca.

Com respeito e bom senso é preciso estar de olho no que acontece nas redes para conseguir participar dessas conversas.

 THE FUTURE OF SEX

Bryone Cole (Future of Sex) e Maaike Steinebach (Sextech Advisor – Sextech School)

O mercado Sex Tech inclui é claro sexualidade e tecnologia nas vertentes de educação, saúde, segurança, assédios, tráfico humano, medicina e medicamentos, acessibilidade, inclusão, performance, identidade etc. 

O mercado que deve faturar US$38 bilhões em 2023, é ainda cercado de estigmas e taboos que chega a ser tão grande que empreendedores dessa área, principalmente mulheres, sofrem preconceito até mesmo ao abrir uma conta em banco ou tentar algum tipo de investimento.

Ao longo da palestra mostraram alguns produtos dessa indústria, como o “donut” que ajuda a prevenir que a mulher sinta dor na hora do sexo, a escova que higieniza as partes íntimas da mulher após o sexo, as almofadas para que pessoas com deficiência possam fazer sexo e o aplicativo de celular que consegue através de foto medir a fertilidade através da quantidade de espermatozoides presentes no sémen.

Enfim, o mercado é muito amplo, necessário e cheio de oportunidades, mas é preciso que essas barreiras sejam quebradas para que se tenha mais visibilidade. 

Todo mundo, ou pelo menos a mãe de todo mundo, já fez sexo e não deveria ser um assunto tão cercado de preconceito.

#shamefree

NASA – THE JAMES WEBB TELESCOPE

Laura Betz (RP Nasa), Knicole Colón (Webb Exoplanet Scientist), Macarena Garcia Marin (Astrofísica da agência espacial europeia), Stefanie Milam (Project Scientist Nasa), Amber Straughn (astrofísica).

Falaram sobre a construção e dos resultados surpreendentes que o telescópio James Webb tem apresentado.

20 mil pessoas de 14 países se envolveram na construção em duas décadas de trabalho. 

Foi lançado em dezembro de 2021 e as primeiras imagens foram divulgadas em julho de 2022. 

Na palestra mostraram a última foto que foi tirada pelo satélite e que ainda era inédita para o público.

Afirmam que os dados trazidos estão surpreendendo a cada dia e que livros estão sendo reescritos sobre o que se sabia até hoje sobre a criação e desenvolvimento do universo.

Perguntas como, de onde viemos e como chegamos aqui podem começar a serem respondidas. 

Perguntaram para alguma delas se elas acreditam que há vida inteligente fora da Terra, e a cientista respondeu: Há vida inteligente na Terra? 

QUEM VOCÊ QUER SER QUANDO MORRER?

Alua Arthur (Fundadora e Doula de morte da Going with Grace) e Dr. BJ Miller (Médico especializado em cuidados paliativos e fundador da Mettle Health)

Acho que essa foi a palestra mais fascinante que vi esse ano e que mostra o quanto a curadoria desse evento é fantástica. 

Para se morrer com graça talvez seja preciso viver com presença. Entender a morte para definirmos como queremos viver.

Temos papéis em nossa vida, mas não somos os nossos papéis. Então como criamos e recriamos a partir de nossa experiência e não é preciso ser artista para fazer isso, tipo como reagimos a forças que são maiores que nós. 

BJ, entre outras coisas, ajuda os pacientes a navegarem pelo sistema de saúde americano que é ruim e como acessar os serviços de cuidados paliativos quando necessário. 

As falas dos dois palestrantes foram muito potentes, tais como: tente amar sua vida e coloque sua morte nesse pacote. 

Para encarar a finitude pode-se tentar fazer uma Bucket List e aproveitar a vida que resta ou ser mais estratégico e cuidar de todos os detalhes para fazer uma passagem tranquila e suavizar as decisões para a família.

Disseram que não são obcecados pela morte, na verdade são interessados na totalidade da vida. Recomendam fazer um retrofit da vida a partir da sua possível morte, se desafie a viver.

Percebem que no final da vida as pessoas valorizam mais suas experiências do que suas conquistas. 

Falam de questões práticas para amenizar esse final, caso tenha tempo de planejar, como: Nomear uma pessoa para tratar das decisões caso você não tenha condições de fazer, alguém que não seja tão próximo de você para que seja emocionalmente capaz de tomar decisões. Antecipe suas vontades. 

Aconselham que vivamos todos os dias como se fosse o primeiro, com encantamento diante da vida.

Quando abriram para perguntas, o público trouxe questões super pessoais como o rapaz que contou que teve um câncer super grave e que estava condenada a morrer no final do ano passado, aproveitou para fazer muitas coisas que gostava, deixou o emprego que já não gostava, rompeu relações e aceitou seu destino, e então veio a cura da doença, disse que agora não sabe o que fazer, que está sem propósito e sem rumo. Os palestrantes o aconselharam e entender esse processo como um luto, entender e viver cada fase para se recuperar.

METADE DA FORÇA DE TRABALHO SERÁ FREELANCER ATÉ 2030

Denise Brouder, Vladimir Duthiers, Rafael Espinal, Sharon Lee Thony.

As empresas podem encontrar nos freelancers capacidades que não tem na equipe. 

Essa cultura que já é comum em algumas indústrias está se alastrando por todo mercado de trabalho, principalmente depois da pandemia e começa a gerar discussões sobre como isso afeta a cultura das empresas, a saúde desses profissionais que geralmente se dedicam muito a cada um dos projetos, como as empresas devem receber esses profissionais e como a equipe fixa deve ser preparada para receber esses profissionais. 

É um caminho sem volta.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Email
WhatsApp
Pinterest
pt_BR